Por
Gildazio de Oliveira Alves

No
Brasil, o princípio utilizado para a costura das alianças políticas e para a
formação dos governos é, lamentavelmente, a falta de princípios, ou seja, a
inexistência de critérios político-ideológicos ou programáticos. Não há qualquer
alinhamento em função de um projeto de nação, mas simplesmente, a satisfação de
interesses mesquinhos, com farta distribuição de cargos públicos aos chamados
partidos aliados, que sob a órbita do governo federal vão inchando seus quadros
e aumentando o poder de barganha.
Em nossa história recente alguns
episódios deixam evidente a deficiência do nosso sistema político. Nesse sentido,
merece destaque a conhecida compra da emenda que permitiu a reeleição do
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em 1998. Vale ressaltar que à época o
PSDB tocava seu governo a reboque de interesses dos caciques do antigo PFL
(atual DEM) e de parte do PMDB. O segundo fato marcante é, sem dúvidas, o
processo de formação da base aliada do governo Lula no Congresso nacional a
partir de 2003 que culminou no chamado “Mensalão”. O primeiro episódio jamais fora investigado e
o segundo foi escancarado na mídia e resultou em cassações no Congresso e na
famigerada Ação Penal 470, concluída
recentemente pelo Supremo Tribunal Federal (STF), resultando na condenação de
alguns políticos do PT, PTB, PP, PR e PMDB.
Esse sistema em que o jogo de
interesses é assentado em chantagens recíprocas está plenamente em vigor no
Brasil. Seja através de vantagens financeiras ou da distribuição de cargos
públicos, a lógica permanece a mesma. A presidente Dilma se submete a toda espécie
de chantagem dos congressistas e os presenteia com cargos em troca de apoio aos
projetos de interesse governo. Essa promiscuidade política fica evidente nas
relações estabelecidas entre o governo do PT e os partidos aliados,
especialmente o PMDB, este último especialista em tornar-se governo, barganhar
cargos e mudar de lado quando é mais conveniente. Tem sido assim desde o fim da
ditadura militar. Na mais recente crise, parlamentares do partido se rebelaram e
impuseram derrotas ao governo Dilma na Câmara, não por convicção ou por defender
os interesses do conjunto da sociedade brasileira, mas pura e simplesmente
porque a Presidente não atendera seus interesses na recente reforma
ministerial.
No Brasil, a inexistência de partidos
fortes, com idéias claras e que se alinham objetivando a implementação de bons
projetos, ocasiona o caos vivido atualmente. Não quero aqui discutir reformas,
apenas destacar que enquanto prevalecerem no país os partidos fracos e as
legendas de aluguel, certamente os governos continuarão utilizando os métodos
já citados para montar suas bases e conseguir a chamada governabilidade. Da mesma forma, o crescimento do número de
legendas só aumenta a atual e assustadora crise de representativamente. Preocupa
ainda o fato de que, no horizonte próximo, não se vislumbra nenhuma alteração que
aponte para a superação desta realidade, uma vez que as eleições deste ano
dificilmente resultarão em qualquer mudança de paradigma, de práticas e de
postura política que represente ao menos parte dos avanços que a sociedade
tanto deseja no momento.
Observa-se uma crescente busca de estratégias a qual concilia favores políticos em prol de projetos fomentados pelos Administradores/Governantes, numa tentativa de vislumbrar e/ou mascarar parte da corrupção diária por detrás dessa conjuntura de partidos políticos, (in)felizmente uma grande parte da população encontra-se emergido em estado de alienação/subversão, boa parte das criticas que tem sido tecidas normalmente não passam de reflexões que tendem apenas ficarem em mentes ou normalmente serem mal compreendidas e/ou levadas a finco quando o assunto se perpassa nesse cenário politico atual da nossa Sociedade.
ResponderExcluirAutoria, Lucas Santos