quinta-feira, 30 de setembro de 2021

O "véi da Havan" e a guerra de classes

  Por Gilvan Maia*

O "véi da Havan" se afirmando capacho do presidente não me surpreende. Aliás, justiça seja feita: o discurso deste sujeito é coerente. Típico representante da burguesia brasileira, Hang está feliz com um estado que permite o aumento da sua fortuna na mesma proporção que retira direitos de trabalhadores para aprofundar a exploração. Na guerra de classes, Hang assumiu seu posto em defesa dos crimes do ultraliberalismo.

 A Fiesp fez o mesmo, em 2016. A dona da Magazine Luíza, de modo similar, apresentou programas "trenee" e tem olhos graúdos na privatização dos Correios. Não são peças publicitárias, tampouco podem ser interpretados por desvios de caráter. Trata-se, portanto, de um gesto de "consciência" de classe. Um capitalista defende a morte e exploração de pessoas. Não pode proceder de outra maneira.

Enquanto isso, a "esquerda" trata o episódio com categorias psicológicas e morais - "vergonha", "imbecil", etc.

Conformada com o horizonte eleitoral, a "esquerda" brasileira se afasta da luta de classes e se encontra numa encalacrada política de perigoso rebaixamento moral e intelectual. Como não afirma a necessidade da revolução brasileira, no máximo, negocia o espólio da república burguesa, propondo um reformismo que aprimora a "sociedade da esmola" ( lembrando, aqui, o mestre Gilberto Felisberto Vasconcelos). Na cabeça dessa "esquerda", a exploração pode ser mais branda. Mas não pode ter fim. À diferença de Hang, ela é incoerente e contraditória. Ao abandonar a luta de classes e o horizonte necessário da revolução socialista brasileira, está mais do lado de Hangs do que do lado do povo!

*Gilvan de Oliveira Rios Maia, Mestre em Ensino de Física, Professor e militante da Revolução Socialista
Brasileira

Nenhum comentário:

Postar um comentário