Por
Gildazio de Oliveira Alves
Qualquer análise da história política brasileira
nos permite observar que desde os primeiros tempos do Brasil Colônia “negócios
suspeitos” permearam as relações de poder. Resguardadas as devidas proporções é
possível perceber que as concessões e toda sorte de regalias e troca de favores
sempre foram recursos utilizados em larga escala pelos governantes e seus
vassalos, do império à república, do domínio lusitano aos dias atuais. Assim,
os herdeiros das sesmarias e dos títulos de nobreza de outrora em muito se
assemelham aos parasitas alojados nos mais variados escalões da administração
pública atualmente.
No
Brasil, o princípio utilizado para a costura das alianças políticas e para a
formação dos governos é, lamentavelmente, a falta de princípios, ou seja, a
inexistência de critérios político-ideológicos ou programáticos. Não há qualquer
alinhamento em função de um projeto de nação, mas simplesmente, a satisfação de
interesses mesquinhos, com farta distribuição de cargos públicos aos chamados
partidos aliados, que sob a órbita do governo federal vão inchando seus quadros
e aumentando o poder de barganha.
Em nossa história recente alguns
episódios deixam evidente a deficiência do nosso sistema político. Nesse sentido,
merece destaque a conhecida compra da emenda que permitiu a reeleição do
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em 1998. Vale ressaltar que à época o
PSDB tocava seu governo a reboque de interesses dos caciques do antigo PFL
(atual DEM) e de parte do PMDB. O segundo fato marcante é, sem dúvidas, o
processo de formação da base aliada do governo Lula no Congresso nacional a
partir de 2003 que culminou no chamado “Mensalão”. O primeiro episódio jamais fora investigado e
o segundo foi escancarado na mídia e resultou em cassações no Congresso e na
famigerada Ação Penal 470, concluída
recentemente pelo Supremo Tribunal Federal (STF), resultando na condenação de
alguns políticos do PT, PTB, PP, PR e PMDB.
Esse sistema em que o jogo de
interesses é assentado em chantagens recíprocas está plenamente em vigor no
Brasil. Seja através de vantagens financeiras ou da distribuição de cargos
públicos, a lógica permanece a mesma. A presidente Dilma se submete a toda espécie
de chantagem dos congressistas e os presenteia com cargos em troca de apoio aos
projetos de interesse governo. Essa promiscuidade política fica evidente nas
relações estabelecidas entre o governo do PT e os partidos aliados,
especialmente o PMDB, este último especialista em tornar-se governo, barganhar
cargos e mudar de lado quando é mais conveniente. Tem sido assim desde o fim da
ditadura militar. Na mais recente crise, parlamentares do partido se rebelaram e
impuseram derrotas ao governo Dilma na Câmara, não por convicção ou por defender
os interesses do conjunto da sociedade brasileira, mas pura e simplesmente
porque a Presidente não atendera seus interesses na recente reforma
ministerial.
No Brasil, a inexistência de partidos
fortes, com idéias claras e que se alinham objetivando a implementação de bons
projetos, ocasiona o caos vivido atualmente. Não quero aqui discutir reformas,
apenas destacar que enquanto prevalecerem no país os partidos fracos e as
legendas de aluguel, certamente os governos continuarão utilizando os métodos
já citados para montar suas bases e conseguir a chamada governabilidade. Da mesma forma, o crescimento do número de
legendas só aumenta a atual e assustadora crise de representativamente. Preocupa
ainda o fato de que, no horizonte próximo, não se vislumbra nenhuma alteração que
aponte para a superação desta realidade, uma vez que as eleições deste ano
dificilmente resultarão em qualquer mudança de paradigma, de práticas e de
postura política que represente ao menos parte dos avanços que a sociedade
tanto deseja no momento.
Observa-se uma crescente busca de estratégias a qual concilia favores políticos em prol de projetos fomentados pelos Administradores/Governantes, numa tentativa de vislumbrar e/ou mascarar parte da corrupção diária por detrás dessa conjuntura de partidos políticos, (in)felizmente uma grande parte da população encontra-se emergido em estado de alienação/subversão, boa parte das criticas que tem sido tecidas normalmente não passam de reflexões que tendem apenas ficarem em mentes ou normalmente serem mal compreendidas e/ou levadas a finco quando o assunto se perpassa nesse cenário politico atual da nossa Sociedade.
ResponderExcluirAutoria, Lucas Santos